Na sua
presença dominical nas páginas do Correio dos Açores, a inigualável Maria
Corisca escreve esta semana sobre o meu tema de paixão: energia. Pois fiquei
imensamente contente por a cirúrgica comentadora ter dedicado umas linhas do seu
precioso espaço a esta temática tão importante e tantas vezes esquecida por
quem não devia. Escreve, então, a Maria Corisca:
“Meus
queridos! Ontem à noite estava a dar uma voltinha pela cidade de Ponta Delgada,
depois de ir entregar os meus recadinhos ao director do jornal que tão
generosamente me acolhe no seu seio, quando, de repente, vi tudo escuro. Pensei
que estava a ter um fanico, mas não! Aquilo era a hora do Planeta… Luzes
apagadas na cidade toda, para a gente ver as estrelas e para se lembrar que é
preciso poupar a Terra. E eu pensei cá comigo: então não é que eu tenho várias
horas do planeta todos os dias quando me desligam a luz da rua às cinco e meia
da manhã para poupar uns euros que são logo absorvidos pelos custos crescentes
com a iluminação pública? Deixem-se de fantasias e pensem mas é em investir em
sistemas de iluminação pública mais baratos e eficientes…. Por exemplo como é
que vão remodelar o Campo de São Francisco e no milhão que vão gastar não
incluíram uma ventoinha que pudesse contribuir para iluminar o campo e o
convento poupando depois no consumo. Ricos! O que precisamos não é da hora do
Planeta… Precisamos sim é de tempo de mudança!.. Sem rebentar os fusíveis nem
descoser muito a carteira!”
A Maria
Corisca está certa em parte do que escreve. No entanto sei que ela não ficará
ofendida se lhe fizer duas ou três correções que considero importantes. Aliás,
por mais que se queira não se pode “chegar” a tudo.
Quando
escreve em instalar uma ventoinha, a Maria Corisca refere-se a um aerogerador,
uma maquineta que roda com o vento e produz eletricidade. Pois não me parece
que fosse, sequer, permitido instalar tal coisa no centro da cidade e ainda
mais naquela zona. Agora se a Maria Corisca acha que no projeto de
remodelação da iluminação do Campo de São Francisco devem optar por
luminárias (candeeiros para a Maria Corisca perceber) de tecnologia LED, muito
mais eficientes do que as atuais, aí eu concordo em absoluto! É que no
documento que li falava-se em lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão que
mesmo equipadas com balastros eletrónicos são incomparavelmente menos
eficientes do que as LED. E porque não estarem equipadas com painéis solares
fotovoltaicos independentes? Seria, também, uma marca distintiva do "novo" Campo de São Francisco. Até o nosso novo Papa daria pulos de alegria, ele que tanto tem falado em respeitar o ambiente.
Atualmente
fazer uma obra destas e não ter cuidado com estes detalhes é quase crime. E não
venham com a desculpa do preço dos equipamentos. Isso já não pega!
Quanto a
dizer que “precisamos não é da hora do Planeta… Precisamos sim é de tempo de
mudança!”, permita-me concordar com a parte da mudança mas discordar quando diz
que a Hora do Planeta não serve para nada. Se assim é, a Maria Corisca também
não deve concordar com petições, manifestações, e outras coisas do género. Não é o que transparece do que escreve no jornal que, curiosamente, também “me
acolhe no seu seio”.
Bem haja
Maria Corisca e espero vê-la, ou melhor, “lê-la” mais vezes sobre estes temas.
Um abraço.